Rádio Comunhão Eventos Amor e compaixão marcam o 12º Seminário de Dependência Química

Amor e compaixão marcam o 12º Seminário de Dependência Química

No dia 21 de outubro, a Diretoria de Atendimento e Orientação (DAO) da Comunhão Espírita de Brasília promoveu o 12º Seminário Dependência Química. Sob o tema central Amor que não se mede, os palestrantes Ênio Francisco da Silva e Janete Reis compartilharam seus conhecimentos e reflexões com famíliares e pessoas que enfrentam essa difícil realidade.
Na abertura do encontro, a palestrante espírita Andrea Rocha falou sobre o tema Amor que não se mede. Já a diretora da DAO, Evani Bueno, ressaltou a importância do encontro para mostrar “o que é esse amor que trazemos no coração em momentos de tamanha dificuldade e aflição durante a jornada da vida”.
O psicológo e palestrante espírita Enio Francisco da Silva iniciou a palestra convidando todos os participantes a se abraçarem com emoção. Ele explicou que o trabalho contra a dependência química não pode ficar apenas na teoria, que é preciso ser feito de alma para alma, “com muito calor humano”.
Ênio contou que foi dependente químico e deu o seu depoimento sobre como entrou em contato pela primeira vez com as drogas e enfrentou a dependência e o mundo do tráfico. Em 1990, fundou o grupo espírita Ajudantes Anônimos no Combate à Dependência Química (AJA), que auxilia  usuários de drogas e suas famílias.
Ele também publicou o livro Falando a Real, que conta suas experiências pessoais e de dependentes químicos que ele ajudou ao longo desse caminho (toda a renda adquirida com a venda da obra é revertida ao trabalho de prevenção da AJA).
O psicólogo explicou que a recuperação do dependente químico está totalmente associada à realidade social na qual se deu  início essa dependência, e que construir esse amor que ampara e sustenta passa por uma reestrutura familiar. “A mudança só acontecerá quando ocorrer uma mudança profunda e verdadeira no lar do dependente”, disse.
“Culturalmente a dependência química é vista como um caminho sem volta. Essa atitude de desespero fragiliza a família e a torna doente também – codependente. É preciso buscar ajuda especializada. É preciso afinar os olhares e estabelecer um projeto de recuperação dentro família”,  ressaltou o psicólogo.
O palestrante afirmou ainda que a cura está no do desenvolvimento das potencialidades íntimas latentes em cada um, despertando a essência Divina que é própria do ser humano, “Deus”.
Ele falou sobre a importância da busca do autoconhecimento, da conexão com nós mesmos, com Deus, para então ocorrer a desconexão com a doença. E lembrou que Allan Kardec, no Livro dos Espíritos, na questão 919, que questiona qual o meio prático mais eficaz que tem o homem de se melhorar nesta vida e de resistir à atração do mal, respondeu: “Conhece-te a ti mesmo”.
“Conhecemos muito sobre drogas, mas conhecemos pouco o ser humano. É preciso conhecer mais os nossos filhos e quem amamos. Não se pode rotular e confundir o ser humano com a droga. So se acaba com isso com muita compaixão e bondade, pacificado a própria alma”, disse o psicólogo.
Ênio afirmou que quando a Doutrina Espírita  entra na vida dos adictos os faz ver a vida de outra forma. Promove uma mudança de pensamentos e atitudes em relação à vida, e traz uma nova perspectiva de crença, de afeto e de amor.
Por fim, esclareceu que a dependência química é uma doença pluridimensional e deve-se considerar o psicológico, o social, o familiar e o espiritual.
Por Fernanda Pinheiro.

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